Franquia comercializa reproduções de obras de arte para decoração

Reportagem Diagramada 

Franquia comercializa reproduções de obras de arte para decoração

Artistas independentes do mundo inteiro podem ser encontrados na rede de galerias Urban Arts

Uma das maneiras atuais de comercializar arte é através de galerias, que se multiplicam como franquias e utilizam a internet para divulgar obras.

Diferentemente de uma galeria de arte tradicional, as franquias “Urban Arts” trabalham com reproduções de mais de 70 mil obras de artistas independentes do mundo todo. Além dos quadros, a franquia comercializa almofadas estampadas com as reproduções de fotos e pinturas, imas, imagens para a decoração de parede no estilo lambe lambe, pôsteres e capinhas de celular que são vendidas nas galerias físicas e através da loja virtual.

As artes reproduzidas têm tiragem limitada a 250 unidades por tamanho, e são utilizadas para a decoração de ambientes internos, como escritórios, salas de estar e quartos.

De acordo com a consultora da loja física, situada em Campinas, no Cambuí, Ana Carolina Bahia, é oferecida aos novos artistas a oportunidade de mostrar suas obras através do website da galeria, para o mundo todo, e de obterem um retorno financeiro que os estimulem.

“O criador da Urban Arts, André Diniz, propõe oportunidades para principiantes, e ao mesmo tempo, oferece aos admiradores a arte por um preço mais acessível, por se tratar de cópias”.

Domésticos e sociais

Para a composição do preço da obra de arte, não é considerado o nome do artista. Os quadros são comercializados pelo seu tamanho, material que é confeccionado, acabamento e moldura.

“Uma mesma obra pode custar 69 reais, se for no tamanho 20 cm x 20 cm, em papel fotográfico e sem moldura, podendo chegar à 1.199 reais, se for em Canvas, no tamanho de 120 cm x 120 cm. Já se o tamanho for 120 x 160 cm, em Canvas, custará 1.499 reais. Se tiver moldura, seu custo será acrescentado”, diz Beatriz Godoy, que também é consultora da galeria.

Na galeria virtual, estão expostos quadros para ambientes domésticos e sociais, variando desde obras no estilo clássico até o street art e obras abstratas, podendo ser coloridas ou em branco e preto. Ana Carolina não hesita em dizer que pessoas com maior poder aquisitivo estão ativamente frequentando o espaço e comprando as reproduções através da internet.

“O comércio de arte é voltado para uma classe social privilegiada, sempre aparecem interessados em adquirir para presente ou para decoração de ambientes, A maioria dos clientes buscam as artes sob orientação de decoradores e arquitetos”, comenta.

Outra maneira de se formar o preço de uma obra de arte é pelo seu valor sentimental. Em uma galeria de arte tradicional, são expostas e comercializadas obras originais, como as da campineira Vânia Mignone, que estão expostas na Galeria Casa Triângulo e estiveram na Bienal de Campinas.

Segundo a artista, o sentimento que a obra transmite é um fator determinante para a definição de seu valor, diferente da ideia apresentada pela franquia “Urban Arts”, que coloca o preço de acordo com o custo de produção do quadro.

“No caso das obras originais, as pessoas que procuram são conhecedoras de arte e a adquirem peças que transmitem algum sentimento, pela sua beleza ou suas cores. Essas obras adquirem um valor muito mais alto quando o artista é renomado”.

Valor da obra

Para se chegar ao valor de uma obra, Vânia explica que é considerada, de maneira não palpável, a sensibilidade com que o artista conseguiu expor sua emoção através do meio que utiliza. Para isso, são necessárias pessoas como galeristas, críticos, colecionadores, historiadores, entre outros, para que a obra receba determinado valor.

“Muitas vezes o artista se expressa de uma maneira que não é bem compreendida pelo público. Mas as pessoas que tem esse estudo conseguem entender o que o artista está falando e por isso a obra vai ficando mais cara, percebendo que aquilo será pertinente no futuro”.

Outro fator que influencia no valor da obra, como destaca Vânia, é o autor da obra. “O nome do autor influencia sim, e é claro que, quando a pessoa morre, a obra passa a ter um valor maior ainda, pois o artista não está mais presente para produzir outras obras, acabou, acabou, quem tem, tem, quem não tem, não tem mais”, finaliza.

Legendas:

Acima, Ana Carolina Bahia e Beatriz Godoy, consultoras da Urban Arts, que organizam as obras no acervo da galeria.

Ao centro, a franquias da galeria situada em Campinas, no bairro Cambuí, onde vende pinturas, almofadas decoradas e capinhas de celular estampadas com as obras.

Abaixo, obras de arte com mensagens e figuras que focam na decoração de ambientes.

Fotos: Luana Onelli

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