A importância dos alongamentos para prevenir lesões musculares

Para quem pratica corrida, as lesões musculares podem ser comuns – distensões e estiramentos por falta de alongamento ou por conta da fadiga muscular – fascites e tendinites diversas, condropatias – por falta de musculatura protegendo as articulações – impacto e até desgastes ósseos.

De acordo com o ortopedista e traumatologista Luiz Carlos Bianchi, as lesões posturais podem ser agravadas pelo mau uso da postura técnica inadequada ou desequilíbrio muscular. “O corpo pode não estar preparado adequadamente para o aumento das atividades. Quando se pratica corrida, todo o corpo se movimenta e aumenta uma demanda energética e fisiológica sobre musculatura, órgãos, capacidade aeróbica/cardiopulmonar, renal e assim o seu corpo como um todo é exigido”.

A estagiária e atleta Najara Louzada Siqueira Salwaninin está na corrida de pista e de rua há dez anos. Ela diz que já teve uma lesão por falta de fortalecimento, que ocasionou fraqueza no quadril, acarretando uma bursite no quadril direito.

Pré e pós-treino

O profissional diz que a estrutura muscular só sabe encurtar, e não se alonga sozinha, por isso é importante que, depois de qualquer atividade, seja feito um alongamento para evitar o encurtamento da musculatura. “Apenas atletas de ponta ou alto desempenho têm suas atividades de alongamento diferenciadas, dependendo da atividade. Para o cidadão comum, ou mesmo um atleta amador, o ideal é alongar o corpo todo antes e após o “work out”, sendo o ideal 10% do tempo de duração da atividade, ou seja, se o treino durou uma hora, os alongamentos devem gastar cinco minutos, antes e depois da atividade.

Ao compartilhar sua rotina de treinos, Najara diz que os exercícios são feitos seis vezes na semana, em dois períodos durante o dia. “Antes da corrida, priorizo a concentração e a alimentação pré-prova. Depois que a corrida acaba, sempre procuro descansar e me alimentar bem, além de uma massagem para relaxar a musculatura”.

Tênis ideal    

Segundo o médico, o tênis de corrida deve absorver o impacto dos calcâneos e, se possível, impulsionar e facilitar a corrida.

“Os tênis devem ser adequados à pisada do corredor e necessitam de tempo para recuperar sua capacidade mecânica – por isso, quem corre frequentemente deve ter dois pares. Em média, duram de 200 a 500 km, dependendo do peso do corredor, intensidade do treino e tipo de terreno, afirma dr. Bianchi. 

Fortalecimento

“Os grupos musculares, sua força, resistência e flexibilidade protegem as respectivas articulações, por isso os exercícios de fortalecimento – como musculação, funcional, etc) são de vital importância para evitar a fadiga muscular e sobrecarga de articulações, assim como os exercícios de alongamento e flexibilidade (pilates, natação, hidroginástica, yoga), para evitar as contraturas e distensões. Oriento meus pacientes a mesclar essas atividades, além de uma planilha de treino. Para aqueles já com um melhor desempenho, ou os acima do peso, são recomendados cuidados com a nutrição adequada.

Dicas para os iniciantes na prática de corridas

Segundo o ortopedista Luiz Carlos Bianchi, algumas recomendações são necessárias para quem iniciará a praticar corridas. Uma vez posto em prática, é necessário ganhar resistência física e fôlego, aumentando gradativamente as cargas, ritmos e frequências, para evitas as principais lesões musculares, cartilaginosas, condropatias, lombalgias e stress ao impacto. Segundo as recomendações do médico, os iniciantes devem:

– Consultar um médico, principalmente se você tiver mais de 30 anos ou alguma alteração clínica, incluindo obesidade (check-up).

– Consultar um profissional de educação física para aprender alongamentos, aquecimentos, algumas técnicas de corrida (postura, pisada, etc.) e algum planejamento/planilha de treino.

– Usar roupas adequadas e um calçado para corridas.

– Ter uma boa hidratação e atenção com o calor.

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *