Texto: Bianca Mariano e Luana Onelli
Reportagem publicada no portal Digitais: https://digitais.net.br/2018/04/digitais-campinas-engenheira-desenvolve-incinerador-que-reduz-poluentes/
Para controlar a emissão de compostos orgânicos voláteis (COVs), nocivos à saúde e que são empregados nas indústrias, como solventes e combustíveis, a engenheira química da Unicamp Barbara Maria Borges Ribeiro desenvolveu um equipamento de incineração catalítica, com o objetivo de propor uma solução para o tratamento dos COVs em empresas de emissões industriais de pequeno e médio porte. Trata-se de um tipo de incineração que permite a operação em temperaturas mais baixas, com economia de energia, e para minimizar a formação de óxidos de nitrogênio (NOx), considerado um importante poluente atmosférico.
Barbara Borges, pesquisadora da Unicamp, ao lado do incinerador desenvolvido por ela
(Foto: Luana Onelli)
As indústrias atualmente usam incineradores térmicos para eliminar esses compostos, embora seja eficiente. O problema é que, o processo é caro, e por causa das altas temperaturas há uma grande produção de óxidos de nitrogênio. “Percebemos a necessidade de outra forma de tratamento, algo que pudesse ser usado com pequenas quantidades de compostos e que a energia liberada fosse por resistências elétricas”, diz Barbara. De acordo com a pesquisadora, o aparelho vai custar em torno de 1 milhão, para empresas que desejarem adquiri-lo.
Esses compostos quando lançados na atmosfera reagem com óxidos de nitrogênio formando o ozônio troposférico, um dos principais poluentes atmosféricos produzidos atualmente. Diferente do ozônio atmosférico, o troposférico pode causar problemas à saúde e ao meio ambiente. Por esse motivo, os COVs não podem ser liberados na atmosfera e precisam ser transformados em gás carbônico (CO2) e água (H2O).
Incinerador Catalítico (Por: Luana Onelli)
Algumas empresas se preocupam com os impactos ambientais de suas atividades e possuem um grupo conhecido como “Sistema de Gestão Ambiental”, responsáveis por fiscalizar as ações ambientais dentro da companhia. De acordo com o ambientalista-professor da PUC-Campinas Leandro Garcia é importante a população começar a se importar em priorizar estabelecimentos que usam esse método. “Quanto mais a população valorizar, mais as empresas vão priorizar essas ações sustentáveis, temos que exigir”, afirma. O ambientalista também ressalta que a Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo) não consegue fiscalizar todas as empresas sozinha. “Seria importante as empresas adotarem o Sistema de Gestão Ambiental, porque ajudaria a Cetesb a supervisionar o andamento de cada ato sustentável através de relatórios”, diz Leandro.
O supervisor administrativo da empresa Ruff, Luan Franco da Cunha, diz que no futuro, a empresa utilizará um equipamento chamado Unidade de Recuperação de Vapores, ou seja, um incinerador que possui o catalizador, acelerando as reações químicas. “Estamos esperando a aprovação da Cetesb para que o equipamento possa entrar em funcionamento” afirma Luan.
Arte: Luana Onelli